Este Blog visa mostrar Deus presente em toda a natureza.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Saudades...



“Oh! que saudade que eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais...”
Os anos não trarão mais o meu pai, mas eu estou certa de que ele não deixou de existir. Passou apenas para outra dimensão.
Hj, 29 de junho,  seria o seu aniversário. Faria 97 anos. Estah sendo o primeiro aniversario sem ele. A saudade que sinto é linda!! Pode ser estranho dizer isso, mas é uma saudade gostosa. Saudade certa de que fui o que pude por ele e que o tive ao meu lado o quanto Deus permitiu.
A quatro meses na sua ausência guardo comigo os presentes mais ricos que alguém pode presentear a quem ama: amor e ensinamentos! Bens imateriais que nunca podem ser roubados. Ensinamentos sobre  a vida material e espiritual.
Jamais esquecerei da sua pessoa, seus ensinamentos, suas canções, sua poesia, seus conselhos, seu prazer em nos ter ao seu lado.
"Pai, você estará sempre presente em mim, em minha vida em meu pensamento, em meu coração, e hoje meu pai, você é minha fonte de inspiração, com muitas saudades."

Jamais deixarei de te amar!!!!!

Abaixo está um dos poemas que mais marcou a sua história – contava ele. Tudo, ou quase tudo expresso no citado poema fazia parte da sua vida na terra onde nasceu e viveu a infância...

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã.
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberto ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! Que saudades que tenho
Da aurora de minha vida (...)

CASIMIRO DE ABREU